Manutenção

Calçada do Mercado Central será restaurada

Estrutura, instalada em 1921, vem se deteriorando com o tempo

Gabriel Huth -

Ela é bonita, faz parte da história de Pelotas e sofre com maus cuidados. A calçada em frente ao Mercado Central, em estilo português, ao longo dos anos viu diminuírem as pedras brancas e pretas que a compõem, da mesma forma como cessaram as manutenções na sua estrutura. Para as próximas semanas, a prefeitura afirma que fará a requalificação após o Natal.

De acordo com o proprietário de uma das bancas do Mercado Central, que não quis se identificar, nos anos todos em que habita o espaço percebeu a invasão, no calçamento, de caminhões que montam estruturas para eventos. "As partes com maiores buracos estão assim há mais de dois anos. Desde que estou aqui só vi manutenção uma vez", comenta, destacando que os palcos, por outro lado, não costumam ser instalados em cima das pedras.

Segundo Lica Cardoso, diretora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sdet), responsável pelo Mercado Central, o restauro faz parte do projeto de qualificação do espaço, assim como as já executadas pintura e instalação de bancos externos, bicicletário e rampas de acessibilidade. Ela diz que as pedras novas, oriundas de um empenho de R$ 5 mil, ainda não foram colocadas por conta da época do Natal, Doce Natal, quando o ponto turístico passa a receber atividades diárias e estruturas temporárias. "Nos comprometemos a trabalhar na calçada logo após este período", garante.

Lica admite que, após o Mercado Central se tornar o principal ponto turístico de Pelotas, a estrutura tem sido prejudicada. "Há diretrizes para que não se instale nada ali durante os eventos. Temos conversado com os arquitetos da prefeitura para pensar em alternativas", salienta.

História
O pesquisador Adão Monquelat, responsável pelo trabalho que resultou no livro Mercado Central, de Klécio Santos, conta ao Diário Popular que há um mal-entendido na informação de que as pedras seriam oriundas de Portugal. Conta ele que em abril de 1921 o capitão Pedro Luiz Osório contratou portugueses para utilizarem técnicas lisboetas na construção de um calçamento nos canteiros do local, assim como espaços como o largo da Estação Férrea. O mesmo sistema, baseado na utilização de pedras brancas e pretas formando mosaicos, já era visto no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, de onde os objetos escuros vieram - os brancos são de São Gabriel.

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